domingo, 22 de janeiro de 2012

Vencedores do concurso " Escrita Em Família" 3ºano

Trabalho  realizado pela  aluna  do  3ºano Matilde  Valente

 
O melhor Natal da avó Leonor
 

  Numa pequena aldeia vivia a avó Leonor com um dos seus filhos, a nora e os netos; Rodrigo, Carolina e Nicolau. A família vivia numa casa velha, humilde e pequena, com paredes de pedra e uma varanda feita de madeira a todo o comprimento da casa. Na varanda havia umas floreiras com sardinheiras brancas, vermelhas e rosa e no canto da varanda existia uma cadeira de baloiço, onde a avó se sentava a tricotar, à espera que os netos chegassem da escola.
 No Inverno, quando os netos chegavam a casa, a avó Leonor tinha a lareira acesa e o lanche sempre pronto; leite quente com bolachas. No final do lanche avó ajudava os netos com os trabalhos de casa, e a seguir contava algumas histórias sobre a sua infância e juventude.
  Os netos adoravam a avó, diziam a todos os seus amigos que tinham a melhor avó do mundo, era doce, meiga e divertida. O seu cabelo era branco como a neve num dia de Inverno e os seus olhos eram de um azul intenso como o céu num dia de Verão.
  Aproximava-se o Natal, toda a família, especialmente a avó Leonor, aguardava ansiosamente por esta época do ano, pois neste Natal iria reunir os seus outros filhos e netos, que não via há vários anos, porque tinham emigrado. A avó queria decorar a casa para que esta estivesse bem bonita no Natal; também queria que na ceia de Natal não faltasse o bacalhau, os mexidos, as rabanadas, os frutos secos e o Bolo-rei; finalmente queria comprar um presentinho para cada membro da sua família. Para isso a avó, durante todo o ano foi amealhando algumas economias, para que esse ano, o Natal fosse muito especial.
  Com o aproximar do Inverno, os dias começavam a ficar mais chuvosos e ventosos. Numa noite, estavam todos a dormir, quando de repente, acordaram sobressaltados com o barulho que o vento e a chuva faziam. Levantaram-se todos e reuniram-se na cozinha. Os pais e a avó tentavam acalmar as crianças. Nicolau, o mais novo, estava muito assustado e chorava muito. Os adultos temiam pela sua casa, pois esta já tinha muitos anos. De manhã, o temporal tinha acalmado. O pai saiu para avaliar os estragos que o temporal tinha provocado. Quando entrou na cozinha, aparentava um ar muito preocupado. Reuniu toda a família e informou que a maior parte das telhas tinha voado. Estavam todos muito tristes e preocupados, o pai encontrava-se desolado, pois não tinha dinheiro para arranjar o telhado. Todos juntos tentavam solucionar o problema, as crianças levantaram-se e foram buscar os seus porquinhos mealheiros, para contribuírem para o arranjo do telhado. Os pais ficaram comovidos com a atitude dos seus filhos, mas as economias das crianças só solucionavam uma pequeníssima parte do problema. A avó encontrava-se muito calada, sentada junto à lareira, e disse a todos que o problema estava resolvido; olharam para ela admirados. A avó levantou-se e foi buscar o dinheiro que tinha economizado para realizar a festa de Natal. Os pais não queriam aceitar, pois sabiam o sacrifício que a avó Leonor tinha feito para amealhar aquele dinheiro e o quanto era importante aquele Natal, mas também sabiam que a avó, como era teimosa, não iria aceitar uma recusa.
Passados alguns dias, o telhado estava como novo, mas a família encontrava-se muito triste, pois não tinham dinheiro para organizar a tão esperada festa de Natal.
  Em segredo, os habitantes da aldeia juntaram-se e organizaram uma festa para angariar fundos, que revertiam a favor da família da avó Leonor, pois esta era muito querida por toda a comunidade.
  A família ficou muito comovida com o gesto de solidariedade da comunidade e agradeceu a todos pela grande ajuda que lhes deram.
  Chegaram as férias de Natal, a avó e as crianças começaram os preparativos para a festa de Natal. A Carolina, coma era a mais criativa, fez uns lindos arranjos de Natal, cheios de plantas verdes, bolinhas e sininhos vermelhos, no meio colocou uma vela, para acender na noite de consoada. Na porta de madeira, o Rodrigo, como era o mais alto, pendurou uma coroa feita de azevinho, pinhas pequenas e um grande laço vermelho. Estavam todos entusiasmados a decorar uma grande árvore de Natal, que ficava no centro da sala. O Nicolau, o mais comunicativo de todos, não parava de cantar canções de Natal. A casa estava a ficar muito bonita e cheia de alegria.
  Na manhã de vinte e quatro de dezembro todos se levantaram muito cedo, na cozinha reinava a azáfama. Estavam todos a ajudar a avó Leonor a fazer os doces. O Nicolau levou os ingredientes e pesou a farinha, a Carolina misturou a canela com o açúcar e o Rodrigo amassou a massa. A avó Leonor deu instruções aos netos e executou as tarefas mais difíceis. O cheirinho a canela invadiu toda a casa, parecia que havia magia no ar, cheirava a Natal.
As crianças estavam ansiosas pela chegada dos tios e dos primos. Quando os familiares chegaram já estava tudo pronto, os doces estavam numa mesa decorada com motivos de Natal, no meio estava o centro de mesa que a Carolina havia feito; a vela já estava acesa. Antes da ceia de Natal os adultos estavam todos reunidos na sala a conversar e a matar saudades e as crianças divertiam-se muito a brincar. À meia-noite, a avó Leonor, com muito amor e carinho distribuiu os presentes por todos. O Nicolau recebeu o comboio eléctrico que tanto desejava, a Carolina recebeu um conjunto de tintas e pincéis, o Rodrigo teve uma bola de futebol, para brincar com os seus amigos.
Foi um Natal inesquecível, onde reinou a paz e harmonia. Quando se foi deitar, a avó Leonor chorou de alegria.


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